23 agosto 2009

Beirute_Jordania

Amman 18Ago09

O transfere para a fronteira feito em vários mini-bus e táxis partilhados, foi uma rica experiência. Atolado é uma força de expressão levemente utilizada para descrever o cenário no interior dos autocarros.
O controlo de passageiros na fronteira segue um rigoroso ritual de procedimentos que vão desde o interrogatório, até a várias passagens em check-points.
Desde Amman ate á Damascus gate em Jerusalém passaram 5h debaixo de um sol abrasador. Para amenizar este ar seco que se sente, é comum encontrar borrifadores gigantes em forma de hélice que salpicam água em todas as direcções.
Eu já sabia que à entrada de locais públicos existiam detectores de metais. Uma coisa é ler, a outra é sentir o incómodo de retirar tudo o que trazemos e percebermos que este gesto faz parte da rotina deste povo.
Impressionou-me também ver tantos militares e civis – adolescentes – a transportarem uma metralhadora.
Mal comparado, esta arma é como o IPod nos dias de hoje. Vai para todo o lado.


Cada país tem uma história para contar. Em apenas 2 dias vivi essa realidade. A primeira foi no Líbano e começou no edifício onde só a partir do 2 andar é que estavam os alojamentos.Tudo o resto eram serviços variados.
Pouco ou nada dormi nessa noite porque a agitada vida nocturna ouvia-se nas ruas e nos telhados dos grandes hotéis.
Em Beirute, os predios destruídos em sintonia com veículos do século passado são rapidamente ofuscados pelo luxo e pela grandeza de hotéis e carros que mesmo sem extras, a maioria, não conhecia ou só os vi em revistas.Não é por acaso que outrora este país se chamou Paris do Oriente.
Já em Amman, no edifício do hotel, fui surpreendido com o cheiro logo à entrada. O odor era-me familiar e transportava-me para os grandes espaços semelhantes a balneários. Subi as escadas e eis que tenho um encontro imediato com uma grande quantidade de sapatos.
Que check-in estranho – pensei
Tirei os meus e …
- És muçulmano? - Perguntaram
- Não, sou católico – Respondi
Numa fracção de segundos entendi que aquele piso não era o do hotel.
Continuei, calçado, a subir as escadas.
Estou bem. Estou no Abbassi Palace hotel onde se sente a hospitalidade deste povo.
O serviço e o conforto transmitido por este tipo de alojamento é único. Em que telhado de hotel podemos ter um churrasco para todos os hóspedes com os membros da família e ouvir passagens do Alcorão nos altifalantes sem pagar mais que os 5JD por noite incluindo P.A?
Depois, pede-se um café e aparece uma bandeja recheada de frutos secos, bolachas, rebuçados, água e, claro, o café.
Tirando a parte antiga da cidade (downtown) densamente povoada de mercados, hotéis e vendedores, pouco mais à para ver na capital da Jordânia.
Amanhã viajo novamente. A king Hussein bridge é o ponto de partida para a Palestina.
Vou atravessar o rio jordão e depois, lado a lado, sigo até ao mar da galileia.

















1 comentário:

Jorge disse...

Não sei de onde te vem toda essa veia para a escrita, mas desconfio. Uma coisa é certa, é sem dúvida inspiradora.