"Quanto mais longe vais no deserto mais te aproximas de Deus" 31,01Set – Wadi Musa - Wadi Rum – Aqaba
Desde o centro de visitantes de Petra até ao ponto com o mesmo nome em Wadi-Rum passaram 108 kms. O “vazio” do deserto tem sempre algo para oferecer e é muito mais que areia. À minha frente emergem cumes abruptos que preenchem um cenário inabitado há muitos milhares de anos. E o que dizer da junção de cebolas, tomates, especiarias e malaguetas aquecidas em lume de carqueja e uma refeição cozinhada num forno enterrado no chão e coberto de areia?!!! Até as cebolas inteiras eram deliciosas... À hora da refeição, os sentidos eram o meu guia. Apesar de ser confrontado com sabores para os quais não encontro o nome correspondente, não nego o privilégio que tenho ao provar pratos diferentes recheados de condimentos onde tudo tem um cheiro, cor e forma distintos. Os países são feitos de pessoas e são elas que transformam estas experiências em momentos gratificantes que fazem os dias saberem a vida. Por isso, estas viagens em bicicleta não me incham as pernas, incham-me o cérebro porque volto sempre cheio de ideias.Acabo como comecei. Só eu sei porque não vou para casa
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28, 29,30 Ago Dana Village-Wadi-Musa (PETRA)
Já era tarde quando nos despedimos do simpático hotel no vale da reserva de Dana. Seguindo Sul ao longo do sistema montanhoso que se extende até às terras baixas de Wadi Araba, os contrastes e trilhos panorâmicos com horizontes longínquos foram uma constante. Em cada dia de pedalada na estrada, em qualquer altura e em qualquer lugar, acostumei-me a ser surpreendido. Paisagens de ouro estão à minha espera em todos os locais. Petra é o tesouro. Aqui as palavras são sempre poucas e pequenas para transmitirem tudo o que avistamos e sentimos. Petra é assim, uma vírgula no tempo. É preciso ver para acreditar. 72 horas não são suficientes para absorver e consolidar a perfeição de colossais monumentos porque esta maravilha do mundo é composta por mais de 800, todos escavados na rocha. Sei que a memória sofrerá com a erosão do passar dos anos e apagará alguns destes momentos. Não interessa, o presente é agora e há que vivê-lo. Intensamente. Little Petra reserva algumas surpresas. Não há turistas. Sento-me, abro a mochila e fico para almoçar na melhor esplanada que tive até hoje. O patim de um monumento Nabateu. De volta à turística Wadi Musa, aguardo o pôr-do-sol. No Ramadão significa que as ruas e o comércio voltam a ter um movimento fora do normal, com uma excepção, podemos comer. Na vila também estavam os 2 beduínos que exploravam o bar (caverna) junto do Monastery, o monumento situado no ponto mais alto de Petra. Ao jantar acabei por me sentar como convidado, conversar com 2 sábios, e sair como amigo. Tenho mais quem uma maravilha em Petra. Tenho um local divino, indiferente ao passar do tempo e onde posso regressar sempre que quiser. E não é preciso sonhar, basta dizer Incha-Lá (Se Deus quiser)